16/02/2014

Ainda não era o fim...


“Acabou!”. Foi isso que ele me disse e assim partiu meu coração. Eu sei que vacilei muito e brigamos hoje cedo, mas qual terá sido o estopim?

Discutíamos ao telefone e ele terminou dizendo: “ACABOU!”. Em seguida, desligou e ali fiquei paralisada e sem entender, ou melhor, sem conseguir assimilar tudo.

Liguei para minha melhor amiga, ela também não sabia o que dizer, não tinha o que dizer. 

Ela me perguntou se eu estava chorando, respondi que não, a ficha não caíra ainda, mas sei que vou desabar em lágrimas quando me der conta que, como ele mesmo disse, acabou. Por sermos tão próximas, ela sabe, mais que ninguém, o quanto a emoção se apodera de mim e não conseguirei me segurar por muito tempo; ela queria me confortar, pois sabia que eu estava sozinha e isso a preocupou, mais que a mim mesma. Eu engolia em seco toda vez que sentia algo estranho. Eu sei que, se ela pudesse, teria vindo me abraçar e me oferecer seu ombro para chorar, mas não podia.

Falei que ia dormir e desliguei. Deitei, levantei e tomei uma soda inteira, mas meu cérebro não parava, não desligava, ao contrário, permanecia ali: ligado e remoendo a palavra que me partiu ao meio, nenhuma lágrima, mas um nó na garganta que não cessava.

O telefone tocou e eu atendi: era ele. Ele me chamou para conversar, falei que não, afinal de contas, não queria olhar em seus olhos e ouvi-lo dizendo pessoalmente que tudo havia acabado não queria esticar esse sofrimento ainda mais. Ele insistiu algumas vezes e sempre respondia que não, mas ele venceu pelo cansaço e fui. Encontrá-lo foi terrível, pois embora eu tivesse me preparado psicologicamente durante o caminho para isso, nem a eternidade seria suficiente para estar pronta naquele momento.

Ele começou a falar e pediu para não ser interrompido, se acusou e me acusou desse momento ter chegado, mas a dor me sufocava a cada palavra. Começou uma angústia insuportável em meu peito e pensei que ia infartar, respirei fundo algumas vezes e engoli seco, mas o nó na garganta só aumentava. Quando ele terminou, pediu para que eu dissesse algo, mas falei palavras soltas, a cada uma, eu engolia seco porque a vontade de chorar começara a aparecer “que droga, logo agora”, pensei.

Ele disse que não sabia como seria a partir daquele momento, eu falei que estaria sempre ali bastaria chamar, o que era verdade, não via o fim do namoro como o fim da nossa amizade e ele falou que ainda gostava de mim.

Abraçou-me e tentei me soltar de seus braços, eu sabia que não ia suportar por muito tempo e as lágrimas iam escorrer pelo meu rosto a qualquer momento. Ele me beijou e encostou minha cabeça em seu peito, era tarde demais, as lágrimas desceram justamente quando ele disse que o que sentia por mim era forte demais e que não era o fim, pediu que eu desconsiderasse o que ele tinha dito e falou que ainda era meu. Em meio às lágrimas, dei uma tapa em seu rosto e pedi para que nunca mais me assustasse assim.

Quando me recompus, ele me disse que vinha pensando a vários dias em tomar essa decisão, pois eu estava fria e distante. Enquanto eu só pensei nele todos os dias da semana e agradeci a Deus por estarmos juntos e por ele me fazer tão feliz, ele estava pensando em terminar, encerrar nossa história.

Como eu me enganei ao longo da semana dizendo a todos que estávamos bem e felizes, eu estava a cada dia mais convencida do nosso sentimento. É claro que vinha notando certo distanciamento da parte dele, inclusive, o fato dele não me dizer mais “eu te amo” ou sentir um constrangimento quando estávamos juntos em público, já que no início era tudo tão diferente, senti uma mudança pouco a pouco, mas não liguei, achei que era a correria do dia-a-dia, enfim, era hora de voltar para casa, mas uma coisa eu tinha certeza, se ainda terminar comigo, dessa vez, eu darei um motivo para que ele não me queira mais.

Liguei para minha amiga e contei a ela, agora eu sei que ela realmente se importa comigo. 

Depois, liguei pra ele e perguntei se estava tudo bem mesmo entre a gente e ele disse que sim. Resolvi ir dormir, deitei, mas o sono não vinha, ainda estava triste e angustiada, queria dormir e esquecer logo aquela noite, mas nem meus olhos queriam ficar fechados e passei a noite ali: deitada, olhando para o teto, remoendo todo o ocorrido e quando pensei que o sono estava vindo, meu despertador tocou.


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