19/02/2016

Persona non Grata


Nos nossos relacionamentos diários, sejam eles quais sejam, a receita da boa e velha etiqueta é indispensável. Respeitar as pessoas que fazem parte da vida do outro é lei, não dá para evitar os amigos ou família deste, muito menos ficar olhando de cara torta para eles. No entanto, muitas vezes, “o santo não bate” por algum motivo, seja um amigo querido que implicou com alguém próximo a você ou o contrário, seja seu namorado que implicou com algum amigo seu ou vice-versa, e aí o que fazer?

Quando falamos de amizade, temos que ter em mente que existe amigos e “amigos”, aquelas pessoas que são companheiras, queridas, com as quais contamos sempre, nos bons e maus momentos são amigos, você tem alguém em quem confia todos os seus dramas e todas as suas conquistas? Então, se sua resposta for sim, então como agir diante de alguém que é ponto de discórdia entre vocês? A resposta não é fácil, pois envolve uma terceira pessoa que causa um certo desconforto numa bonita relação de amizade, mas que pode não ter consciência do que está se passando, no entanto, se o bicho pega é porque, em geral, há algo sim, uma certa parcela de culpa dessa pessoa na história. 

Converse com seu amigo, procure descobrir as causas, o porquê de tudo isso e em certos casos, o melhor é se desligar dessa outra pessoa mesmo, claro que tudo isso deve ser analisado antes, a pergunta: “vale a pena permanecer próximo de alguém que nutre discórdia entre uma pessoa que é extremamente importante e que considero tanto ao longo desses anos e eu?”, “vale a pena me afastar desse alguém por uma pessoa, será que não há uma chance de conciliar as duas amizades, tenho mesmo que escolher?”.

Mas, se a pessoa indignada for um “amigo”, uso as aspas para representar aqueles amigos de festas, que não são os melhores amigos, são aqueles que só vemos de vez em quando ou quase nunca, que são os chamados colegas ou conhecidos, nesse caso, também é importante entender os motivos desse amigo, às vezes, ouvi-lo pode te ajudar a se afastar de pessoas cruéis que podem vir a te prejudicar no futuro, mas como é apenas “amigo”, você não precisa se afastar de alguém por algo que desagrada a este por motivos pessoais dele, afinal, vocês não são amigos de longa data com uma amizade forte o bastante para te fazer tomar uma atitude radical assim.

Quando falamos de um cônjuge, a conversa é mais fechada e menos aberta que a anterior, já que estamos falando de alguém que deve ser uma parte de você e se você pensa no(a) parceiro(a) com amor, é bom que as preocupações dele, também sejam as suas e aí, investigar a fundo o que está se passando com este é primordial para se construir uma relação saudável e duradoura, afinal, se você não está disposto a abrir mão de nada no relacionamento, não vale a pena nem começar um.

Por isso, converse com seu cônjuge, às vezes, o que você chama de ciúmes pode não ser, ou não ser apenas isso. Entre marido e mulher, ou até mesmo num namoro longo, o diálogo deve ser o ponto forte, uma conversa aberta colocando os pontos nos is, deve ser algo frequente, a famosa DR: discutir a relação, não é para os fracos não, só os fortes têm coragem de terminar o dia depois de uma longa conversa e dormirem com a certeza que deram um passo – por menor que seja – para melhorar a relação e com novas iniciativas na cabeça para tornar o relacionamento melhor amanhã.

Por isso, se há uma persona non grata (pessoa que não é bem-vinda, não é agradável) ou personae non gratae (no plural), afaste-se dessas pessoas, infelizmente, às vezes é necessário escolher, pode não ser o mais confortável a fazer, mas numa relação entre homem e mulher, a prioridade é a relação dos dois, as outras pessoas e suas relações com elas, passam a ser secundárias e para permanecer num casamento ou namoro estável e feliz, é necessário se afastar de companhias que podem pôr fim a paciência que seu cônjuge está tendo com você por causa dessas pessoas, converse, escute, entenda com amor, embora não concorde em alguns casos. E se afastar nesse caso, envolve muito mais do que deixar de ligar ou conversar com a dita pessoa, atitudes como excluir telefone, bloquear em redes sociais, não cumprimentar mais, até rasgar fotos em casos mais radicais (que vai depender do que o cônjuge te disse ou deixou a entender) são passos para uma relação plena e claro, converse com quem ama, não deixe o amor “morrer” ou adormecer por causa de pessoas sem as quais você consegue viver bem.

E se o problema for com você? Se é você quem está em relações rodeadas de personae non gratae as dicas são parecidas, ou seja: converse com seu amigo(a), seu cônjuge, diga o que sente de fato, porque a presença da pessoa te irrita, o que te causa, fale tudo, se o outro vier com gritos ou desculpas, ouça-as e tome suas atitudes a partir daí, você não é obrigada – e nem deve – como pessoa, ser humano, a conviver em relações que te fazem mal e te causam enjoos, se achar necessário, se afaste dessa pessoa, procure se libertar e ser feliz, mas, cuidado, se a pessoa em questão é seu cônjuge, procure soluções juntos, tenha em mente sempre: “estamos juntos porque nos amamos”, faça perguntas que ajude aos dois a viver melhor e de forma tranquila, ninguém quer um amor pela metade, aliás, ou ama ou não ama, se a persona non grata é mais importante que você, então não é amor. 

Uma ressalva aqui deve ser feita, não seja ou não tenha os pais, irmãos ou parentes mais próximos como persona non grata, eles são família tanto quanto você. Visto tudo isso, tome coragem, abra o coração e escute-o também, e nunca, nunca intime com a famosa frase: “escolha entre ele(a) ou eu”, essa escolha deve partir do outro e não de você e cuidado se ele perguntar se é isso que você quer, ele pode estar empurrando a responsabilidade que cabe a ele, nesse caso, para você. E não é bem por aí! Lembre-se que a cada escolha uma renúncia, mas busque sempre a sua felicidade!

E aí, vocês tem alguma dica, concordam ou discordam de algo exposto aqui? Deixe sua opinião nos comentários.

P.S.: Esse post foi um pedido feito pelo Dário por e-mail que escreveu pedindo dicas sobre o assunto. Obrigada por permitir usar seu nome aqui e por ter confiança em mim e escrever. Beijos!

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