26/06/2025

Meu Segundo Mês no RJ


Dois meses aqui na Cidade Maravilhosa, dois meses que luto diariamente para que esse sonho não acabe, mas não é fácil. Tenho pedido muita força a Deus e pedido um milagre para permanecer aqui.


Isso mesmo, um milagre, porque não está sendo fácil. E eu digo isso com os olhos cheios de lágrimas. Eu não sei mais o que fazer para conseguir um emprego. Já tentei muito, fui a entrevistas, mas todas eram furadas.


Eu falei no mês passado que estava em um treinamento, pois é, não deu certo. Era uma loucura, tempo cronometrado para ir ao banheiro, as coordenadoras do treinamento gritavam como se fossem professoras de um jardim de infância no começo dos anos 1930. E tudo piorou quando dois spots de luz começaram a piscar, eu fiquei muito tonta e enjoada, pedi para trocar de lugar e uma delas disse não, foi a gota d’água, eu me levantei cambaleando e sem enxergar direito e fui embora, quase não consigo entrar no elevador, na portaria o senhor me ajudou e eu melhorei, eu sabia que eram os spots de luz piscando, sempre fico tonta com luzes fortes e principalmente quando ficam piscando. Assim que saí do prédio, uma voz na minha mente falou “você odiava economia e queria mesmo trabalhar aqui?” essa voz ficou falando isso até eu atravessar a esquina, ali eu tive certeza que minha intuição estava me alertando do quão tóxico era aquele lugar, aliás, a moça na copa me disse que ninguém dura muito tempo ali, todo dia colocam pessoas para fora como se fossem animais.


No entanto, trabalhar com consignado e oferecendo a pessoas idosas e com crianças PCD não é algo que eu ache honesto e já estava pronta para derrubar a ligação se eu percebesse que eram essas pessoas na chamada, não adianta, não vou vender minha alma ou passar por cima dos meus princípios para me dar bem, porque isso não é se dar bem.


Não consegui mais entrevistas, no entanto, uma vez por semana, eu estou indo fazer figuração na Record TV, por isso, assistam a série “Paulo, o Apóstolo”, já está disponível na Univer Vídeo e estreará na Record TV no dia 7 de julho. E o clima lá é o melhor possível, a equipe de figuração é muito legal, gente simpática, brincalhona, onde todos se ajudam. Contracenei com a Rosana Mulholland (a eterna professora Helena de Carrossel2012), com o André Luiz Miranda (o Batuca de Floribella2005) e com o Murilo Cezar (o Marcelo de As Aventuras de Poliana – 2018). E posso dizer que fico arrepiada e emocionada quando penso no quanto sou fã deles e até ontem eu os assistia em casa. Mesmo sendo figuração, estar em um set de gravação é muito gratificante, é a realização de um sonho.



No entanto, isso não é o suficiente para pagar minhas contas e me manter aqui. Infelizmente, a minha permanência no RJ depende de um emprego fixo, com um salário mensal seguro e isso está muito difícil de conseguir.


No dia do meu aniversário, eu vivi momentos únicos. Primeiro, minha tia com a família, se acordaram de madrugada e começaram a tramar uma surpresa para mim. Imagina o susto que eu tomei: acordei cedinho (ainda escuro), escovei os dentes e fiz meu skincare, quando saí secando o rosto, dei de cara com eles, na hora eu pensei que eu tinha feito barulho e acordado todo mundo. Aí, minha prima pediu para eu ajudar a arrumar a cama, eu pensei que eu tinha bagunçado algo no quarto, quando voltamos para a sala, a surpresa: bolo, vela de aniversário e parabéns! Eu chorei tanto, foi muito emocionante.



Depois, fui realizar um sonho antigo, ir a Missa em Ipanema, na igreja Nossa Senhora da Paz, onde estão os restos mortais do venerável Guido Schäffer (médico, surfista e seminarista carioca em processo de canonização pela Igreja Católica). Para quem não sabe, todo dia 1º de maio, celebram o dia dele na praia que leva o nome dele, no Recreio dos Bandeirantes, mas eu não pude participar ainda, infelizmente. Fiquei muito feliz de começar o meu dia ali, aos pés de Jesus e Maria, ao lado do nosso Guido.



Depois fui ao tal treinamento que não deu certo, como já citei acima, e fui rezar o terço na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e São Benedito (é uma Igreja colonial, a igreja que os escravos frequentavam e tem uma história muito forte de fé e resistência).


No começo do mês de junho fez muito frio o que me deixou doente e com muita dor no corpo, achei que não ia suportar de tanto espirrar e tremer de frio, mas deu certo. Cada vez que saio de casa, lamento não ter contato com minha família materna, mas eu já sabia que seria assim, sempre que passo próximo onde eles moram, sinto meu coração doer e é impossível não chorar, mas é a realidade. Ao mesmo tempo, eu lembro de onde estou: no meu amado RJ e isso faz meu coração bater mais forte e um sorriso espontâneo automaticamente aparece no meu rosto, eu defino isso como um arco-íris no meio da tempestade.


No dia 21, eu fui a Bienal do Livro, acompanhei minhas primas Jullye e Vitória e um amigo de Julllye, foi muito bom, tiramos fotos, fizemos piquenique e conheci alguns escritores, um dia muito legal e na volta, ainda tivemos a oportunidade conhecer um motorista do Uber que era fã de Stranger Things, o que fez a conversa rolar solta e ouvirmos a melhor trilha sonora (não posso reclamar da trilha sonora da ida, era muito boa também, clássicos da MPB).



Tem sido um mês de altos e baixos, como eu disse, permanece o medo de não conseguir um emprego e ter que voltar ao nordeste, eu não sei mais onde deixar currículo ou em que outro site me cadastrar (já me cadastrei em todos e enviei currículo para todas as lojas possíveis).


Mas é isso, espero conseguir um emprego em breve e trazer mais notícias boas para vocês. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário