09/12/2013

Nelson Mandela (Madiba)

Nelson Mandela


É galera, como todos sabem, no último dia 5 de dezembro, não só a África, mas o mundo interio entrou de de luto pela morte de Mandela. Nesse dia, ouvi do meu namorado, que ele era o exemplo de todo negro, discordo, ele era o exemplo de todos nós, brancos, negros, orientais... Para quem não conhece sua história, aqui está um pequeno resumo:

Mandela era um dos treze filhos de Nkosi Mphakanyiswa Gadla Mandela com Nosekeni Fanny, a terceira esposa de seu pai. Na sua casa moravam também muitos outros meninos, e dependentes da família. Seus pais eram analfabetos. Nascido nasceu em 18 de julho de 1918, no clã Madiba, no vilarejo de Mvezo, antigo território de Transkei, sudeste da África do Sul, recebe o nome de Rolihlahla Dalibhunga Mandela seu primeiro nome significa, em xhosa, algo como "agitador" - o que pode ser considerado profético - já que a expressão quer dizer, no idioma natal zulu: "aquele que ergue o galho de uma árvore”.

A educação inicial que recebera era, sobretudo, oral e aprendia não de modo sistemático, mas perguntando aos mais velhos. Desta forma cresceu observando os costumes, os tabus, os rituais. Aos cinco anos de idade começou a seguir outros meninos nas lidas do campo, longe dos pais, cuidando do gado. Naqueles tempos, após o jantar, era costume ter a mãe ou uma das tias a narrar velhas histórias, mitos, fábulas ancestrais.

Ouvia então contarem de reis lendários e heróis, como Dingane, Bambata ou Makana.Em 1925 passa a frequentar a escola primária existente na vila próxima de Qunu. É lá que recebe o nome "Nelson”, em homenagem ao Almirante Horatio Nelson, dado por sua professora chamada Mdingane, atendendo ao costume de dar nomes ingleses a todas as crianças que frequentavam a escola; esta consistia num único cômodo, com teto de zinco e chão de terra. Aos nove anos de idade seu pai morre (1927), e Mandela é enviado para a vila real de Mqhekezweni, aos cuidados do regente do povo Tembu, Jongintaba Dalindyebo. Ali frequenta a escola, vizinha à residência real. No ano de 1944, Mandela se casou com Evelyn Mase, uma jovem parente de Walter Sisulu. Com ela viria a ter quatro filhos: uma menina chamada Makaziwe, morta aos nove meses de idade - e outra, que também recebeu o mesmo nome, apelidada Maki, e dois garotos: Madiba Thembekile (Thembi) e Makgatho (Kgatho). Esta união duraria 12 anos, e terminaria de forma bastante traumática para as duas famílias; ela era completamente avessa à política e se queixava da falta de tempo do marido para a casa e os filhos.

No dia 5 de dezembro de 1956, sua casa é invadida pela polícia, revistando-a por 45 minutos e apreendendo papéis; o líder é levado preso, na frente da mulher e dos filhos; outras 144 pessoas foram detidas no mesmo dia.

Em 1957, quando tem início a tramitação do Julgamento por Traição, Mandela é um advogado bem sucedido e divorciado, tornara-se um bon vivant: frequentava restaurantes, andava num carro americano importado; foi do carro que, neste ano, viu Winifred Zanyiwe Madikizela parada num ponto de ônibus, em seu uniforme de enfermeira, e ficou com sua imagem gravada na memória - poucos dias depois, coincidentemente, ela lhe apareceu no escritório, para tratar de uma causa. Começaram a sair e um dia ele mandou que fosse à costureira, para experimentar o vestido de noiva que mandara fazer: não houve um pedido de casamento. Ela tinha 22 anos e ele dezesseis a mais que ela.

Em 1958 o Julgamento entra na sua fase judicial e Mandela é o advogado dos réus, em parceria com Duma Nokwe; Mandela e Winnie se casam durante um recesso de 6 dias no Julgamento, numa cerimônia. Poucos dias depois da união, Mandela entrou para a clandestinidade, e via a esposa em encontros furtivos, que precisavam ser adrede planejados, com máxima segurança. Em entrevista concedida em outubro de 1962,Mandela declarou que saíra do país sem passaporte, uma das acusações pelas quais respondia, porque seria inútil solicitar tal documento, já negado a vários outros ativistas; segundo declarou então, havia recebido convite para uma palestra no exterior e decidira aceitá-lo. Mandela declarou, diante do tribunal, que aquele era "um julgamento das aspirações do povo africano". Em sua defesa declarou-se inocente das acusações que ali se faziam - mas culpado por lutar pelos direitos humanos, por liberdade, por atacar leis injustas e na defesa de seu povo; admitiu ter feito sabotagens - algo que poderia ter omitido - desafiando o governo a enforcá-lo. Falou por quatro horas, concluindo: "Durante a minha vida, dediquei-me a essa luta do povo africano. Lutei contra a dominação branca, lutei contra a dominação negra. Acalentei o ideal de uma sociedade livre e democrática na qual as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e realizar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer”.

Em 11 de junho de 1964 Mandela recebe uma pena de prisão perpétua. Enviado para a prisão da Ilha Robben, lá ocupa a cela com número 466/64, que tem as dimensões reduzidas de 2,5 por 2,1 metros, e uma pequena janela de 30 cm. Durante seu cárcere, segundo testemunhou Ahmed Kathrada, Mandela só perdeu a calma em duas ocasiões, quando os guardas ofenderam a moral de Winnie. Ali resolveu que precisava aprender a língua e a cultura africâner, algo que seus companheiros passando a estudar o idioma e a treiná-lo com os guardas.

Em 11 de fevereiro de 1990 Mandela finalmente é solto. Uma multidão o aclama, respondendo quando no gesto de luta ergue o punho fechado. Tem fim o longo cárcere, e ele iria depois registrar o momento: "Quando me vi no meio da multidão, alcei o punho direito e estalou um clamor. Não havia podido fazer isso desde há vinte e sete anos, e me invadiu uma sensação de alegria e de força”. Os passos de Mandela ao sair da prisão foram perpetuados na sua entrada, com uma estátua em bronze de 3m de altura em que o líder aparece com o braço direito erguido e o punho fechado, inaugurada em 2008. Na vida particular Winnie acabou expondo seus erros e o casal separara-se de fato desde abril de 1992, "por motivos pessoais”.

Em 1993 ele e Klerk são agraciados com o Prêmio Nobel da Paz. Em seu discurso assinalou: "O valor deste prêmio que dividimos será e deve ser medido pela alegre paz que triunfamos, porque a humanidade comum que unem negros e brancos em uma só raça humana teria dito a cada um de nós que devemos viver como as crianças do paraíso".

A eleição de Mandela foi um marco divisório na história do país, que saiu do regime draconiano para a democracia plena, elegendo o primeiro governante negro; seu governo seria para reconciliar oprimidos e opressores, uns com os outros e consigo mesmos. As eleições ocorrem em 26 a 28 de abril de 1994. Mandela (e o CNA com suas 34 facções) obtém 62% dos votos, seguido pelo Partido Nacional (20%) e os zulus (com 10%). Dando seguimento à proposta de proporcionar a transição para a democracia multirracial, o governo Mandela teve sua maior realização na criação da Comissão da Verdade e Reconciliação - encarregada de apurar, mas não punir, os fatos ocorridos durante o apartheid; também empenhou-se em assegurar à minoria branca um futuro no país. Para simbolizar os novos tempos adota um novo hino nacional, que mescla o hino do CNA (Nkosi Sikolele Africa - Deus bendiga a África) com o africâner (Die Stein); também uma nova bandeira é criada, unindo os símbolos das duas instituições anteriores: a bandeira oficial dos brancos, em vigor desde 1928 passou a incorporar as cores da bandeira do CNA - plasmando assim a união de todos os povos da nova nação que surgia - aprovados pela nova Constituição interina.

O relacionamento com Graça Machel, o segredo mais "mal guardado" do país, teve coroamento com o casamento em cerimônia privada no palácio presidencial, após a forte pressão exercida publicamente pelo arcebispo emérito Desmond Tutu, que concelebrou o ritual presidido pelo arcebispo metodista Mvume Dandala; assistido por pequeno grupo de amigos e políticos, o enlace foi confirmado publicamente em pronunciamento do vice-presidente Thabo Mbeki. Pelo fato de ser moçambicana, Machel não teve completa aceitação do povo conservador sul-africano.

A 16 de junho de 1999 tem fim seu mandato,  e Mandela fez seu sucessor em Thabo Mbeki, então com 55 anos, um experiente deputado e seu protegido.
Madiba de todas as cores
Quando deixou a presidência, Mandela declarou que iria partir para uma tranquila aposentadoria.

Em 2001 a próstata voltou a lhe dar problemas, desta feita sendo diagnosticado um câncer; tem início o tratamento. No ano seguinte, ao ver a forma equivocada pela qual seu sucessor, Mbeki, tratava o avanço da epidemia de AIDS no país, deixa a tranquilidade da vida familiar para se manifestar publicamente, contrariando o presidente, que se negava a distribuir os remédios antivirais por não aceitar uma ligação entre o vírus HIV e a doença. Mandela chegou a declarar publicamente que tivera três parentes vítimas da AIDS, e abraçou publicamente Zackie Achmat, portador e ativista pelos direitos dos soropositivos.

Em fevereiro de 2012, nova internação, desta vez por sentir fortes dores abdominais. Mandela voltou a residir em Qunu, sua terra natal, em julho de 2011, e teve de ser levado a Johanesburgo para exames. Em 8 de junho de 2013, foi internado em estado grave em devido à uma infecção pulmonar.

No dia 5 de dezembro de 2013 o presidente sul-africano Jacob Zuma anunciou a morte do seu antecessor: "A nação perde seu maior líder", completando: "Ainda que soubéssemos que esse dia iria chegar, nada pode diminuir nosso sentimento de perda profunda"; declarando luto nacional. No anúncio presidencial, feito pela televisão, Zuma acentuou o papel de Mandela para seu país: "Ele está agora a descansar. Ele está agora em paz. A nossa nação perdeu o seu maior filho. O nosso povo perdeu um pai". Como seu epitáfio, Mandela havia um dia declarado que gostaria de ter escrito somente: "Aqui jaz um homem que cumpriu o seu dever na Terra".

2 comentários:

  1. Primeiramente ele não foi preso porque era contra o apartheid, foi porque fazia parte de grupos terroristas, na qual cometia grandes crimes na época, onde foi condenado a prisão perpétua..., se tornou ídolo dos anti-racistas e pacifistas, na qual parece que a mídia tenta apagar os crimes que fizera com o seu grupo no passado. E quanto presidente liberou o aborto na África do Sul, como político foi péssimo, deixou em colapso uma potência econômica. Logico que ele tem méritos, de não se vingar dos brancos e tentar transmitir paz lutando pela a liberdade do seu povo. Que a alma de Mandela descanse, e tenha o perdão dos seus pecados, já que a mídia criou uma imagem de "herói", o "homem bonzinho", e "santificado". Ass: Geo

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    1. Acho assim, ele foi uma pessoa muito boa, que como todo ser humano, cometeu erros e falhou bastante em vários aspectos. No entanto, muitas coisas que falaram dele não é verdade. Um exemplo de pessoa que muito admiro e amo falou muito bem dele e disse que ele era um exemplo para todos nós, essa pessoa é justamente nosso amado Papa Francisco!

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