07/04/2016

A Decisão


O telefone tocou e eu anotei o que o moço disse num pedaço de papel que achei ali mesmo.

A bagunça estava cada vez maior, não era falta de tempo, era só preguiça mesmo, nem sabia por onde começar.

Talvez, jogando o lixo fora ou fazendo uma lista de por onde começar, mas a verdade é que não tinha ânimo para isso, tudo estava um caos em minha vida, meu apartamento refletia o que estava dentro de mim, por alguma razão eu tinha deixado sentimentos negativos se apoderarem de mim e é difícil se libertar deles depois de tanto tempo alimentando-os.

Mas, naquela noite, quando aquele moço falou que precisava de uma babá para seu filho, vi que era a hora de mudar.

Saí, peguei o metrô e fui fazendo uma listinha de coisas para comprar no supermercado, entre produtos de higiene pessoal até produtos de limpeza para a casa, eu comprei sacos de lixo e o shampoo que a tempos não encontrava.

Voltei carregada e pude enfim, começar uma faxina, joguei muita coisa fora, limpei o apartamento e senti um cheiro muito bom, quando enfim fui ao banheiro, deixei a água gelada penetrar em minha pele e ensaboei meus cabelos, que gostoso aquele cheiro de shampoo!

Liguei a TV e li um livro inteiro, estava tão motivada, era quase cinco da manhã e antes de me arrumar para pegar novamente o metrô, conclui que aquela ligação tinha mudado minha vida, mas não foi a proposta de emprego que fez isso, até mesmo porque larguei o último emprego porque estava entediada, o que havia mudado em mim, foi a decisão que tomei, a decisão de mudar, de limpar a bagunça externa, mas principalmente a interna, naqueles sacos de lixo também foram palavras que escrevi simbolizando cada sentimento negativo que carreguei comigo por muito tempo, eles agora estavam longe de mim e não permitirei que voltem.

Agora, o presente e eu, fizemos as pazes e estamos sorrindo por essas ruas de braços dados com a vida!

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